Trapaça, o novo filme do diretor David O. Russel traz um elenco impecável: Amy Adams (indicada ao Oscar pela 5ª vez e pela primeira como protagonista), Jennifer Lawrence, Bradley Cooper, Christian Bale e Jeremy Renner. O filme se passa nos anos 1970 e conta a história de um grupo de personagens que fazem de tudo para sobreviver. O figurinista Michael Wilkinson (indicado pela primeira vez ao prêmio), que já assinou os figurinos da saga Crepúsculo e de filmes de ação como Watchmen e 300 é o responsável pelos looks do filme.
O glamour do período se destaca nas roupas e no visual das atrizes principais, o que remete a seriados americanos clássicos, como Dallas. Decotes ousados, muito brilho,wrap-dresses, o look disco diva e o estilo de grifes como Halston e Gucci são algumas das referências usadas para compor o figurino, que tem na história tem um papel fundamental. Segundo o figurinista Michael Wilkinson, o filme “é sobre os personagens fazerem tudo o que eles podem para sobreviver. Isso inclui se reinventarem constantemente, se vestindo como as pessoas que eles aspiram ser”.
O grande mestre é uma versão estilizada do universo das artes maciais e conta a história do mestre Ip Man, uma lenda das artes marciais, que viveu na China da primeira metade do século XX. O responsável pelo figurino é o chinês Willian Chang, indicado pela primeira vez ao prêmio e responsável pelos figurinos de outros filmes do diretor Wong Kar Wai como Amor à flor da pele e Wong Kar Wai e Um beijo roubado.
Mesmo sendo de época, o filme retrata um universo bem específico o que faz dele um caso à parte. A cartela de cores escura contribui para o clima sombrio e cheio de mistério do filme e aparece tanto nos figurinos usados na prática do kung fu, quanto nas roupas de inspiração ocidental mostradas em várias das cenas. Estas últimas, parecem criações de saídas dos filmes de gângster dos anos 1930 e 1940.
O Grande Gatsby – filme que recomendei para vocês aqui há séculos – é o favorito ao prêmio foi um dos responsáveis por levar para as passarelas o estilo dos anos 1920 e transformá-lo em uma tendência forte que já dura duas temporadas. Responsável pelo figurino, a australiana Catherine Martin (que também é diretora de arte e parceira do diretor Baz Luhrmann na vida real) que já ganhou 2 prêmios pelo musical Moulin Rouge, de 2001.
Muitas das roupas usadas em cena foram produzidas com a colaboração da Miuccia Prada e remetem ao clima glamoroso e frenético do filme, que não por acaso, também marcou aquela década. Joias e acessórios de tirar o fôlego e vestidos inspirados na art deco são os pontos altos do figurino, cuja riqueza de detalhes remete a criações para óperas e peças de teatro, que também contam no currículo de Catherine Martin.
Com aspecto realista, os figurinos de “The invisible woman” retratam o estilo austero da Inglaterra vitoriana. A história se passa na primeira metade do século XIX e conta a história do suposto romance entre o escritor Charles Dickens (Ralph Fiennes) e uma jovem atriz (Felicity Jones). O responsável pelo figurino é o premiado inglês Michael O’Connor, indicado duas vezes ao prêmio, por Jane Eyre (2012) e A duquesa (2008), este último filme pelo qual ganhou o Oscar.
Vestidos extremamente elaborados e cheios de laços e fitas, e saias volumosas se destacam em cena, em uma história que se divide em duas épocas, que são claramente definidas com a ajuda das roupas. Na primeira, cores suaves dão um toque romântico a história, enquanto na outra, tons escuros e poucos enfeites conferem um clima de austeridade.
Encerrando a lista, temos o comentado 12 anos de escravidão, do diretor Steven Mcqueen. Assinado pela veterena Patricia Norris, responsável por figurinos de filmes como Victor ou Vitória e Scarface, ela também é colaboradora do diretor David Lynch, como Veludo azul e O homem elefante. Ela já foi indicada 5 vezes ao Oscar – entre os anos 1970 e 1980, quando teve o auge da carreira – e nunca ganhou o prêmio.
O figurino do longa pria pelo realismo e procura destacar através das roupas as diferenças entre escravos e senhores no sul dos EUA no fim da segunda metade do século XIX. Com peças feitas à mão e que passaram por processos de lavagem e secagem similares ao feitos no século XIX e tem como ponto forte nem tanto a beleza das peças, mas a verossimilhança delas e a pesquisa histórica feita pela figurinista para produzi-las.