UMA VIDA ILUMINADA
A memória é quem constrói nossas paixões. A história é composta de lembranças de fatos e sensações. A cada segundo, vivemos nossa própria micro-história, que de uma forma ou de outra, vai desaguar no rio da saudade que se chama História, a universal, a que tem todas as nossas histórias juntas, nossas tristezas e aqueles momentos em que o riso irrompe do peito.
TERRA DE MINAS
Em 1945, na Dinamarca pós-Segunda Guerra Mundial e ocupação alemã, milhões de minas terrestres tornam perigoso o litoral do país. Os nazistas pensavam que uma invasão inimiga poderia se dar por lá e, portanto, prepararam o local para tal possibilidade. Com o combate terminado, oficiais dinamarqueses tinham de assegurar que sua terra estaria segura novamente. Para tanto, soldados alemães, prisioneiros de guerra, foram obrigados a desarmar tais bombas com suas próprias mãos, uma espécie de punição pelos horrores perpetrados pelo Terceiro Reich.
ISMAEL NERY
No livro editado em 1984 pelo Museu de Arte Contemporânea de São Paulo (MAC) “Ismael Nery, 50 anos depois” registrando o cinquentenário do seu falecimento, há uma fotografia do pintor, provavelmente de 1933, tirada nos jardins do Sanatório de Correias. Nela, Ismael é um homem forte, alto para os padrões brasileiros da ocasião, tinha 1,75 m, mas parecia maior. Estava vestido com paletó jaquetão escuro e lenço branco exposto no bolso, calças claras e, inexplicável surpresa, de cigarro na mão. Para quem estava ali em tratamento de tuberculose, o gesto era prenúncio de mau prognóstico da doença que, ao contrário do aparente saudável Ismael que a foto mostra, o devorava internamente.
O SENTIDO DO FIM
O Sentido do Fim não é espetacular. Não há milagres. Nenhum feito de grande abnegação. Sem heróis. Sem vilões. E, de fato, nenhuma tentativa de compensar a falta de qualquer um desses tropos de filmes habituais.
Em vez disso, ele escolhe focar na natureza quase dolorosamente mundana da vida cotidiana com tanta sinceridade que eleva o comum ao grau de excelência.
EXPOSIÇÃO: FESTA BRASILEIRA - FANTASIA FEITA À MÃO
O que une o Brasil? O mesmo idioma, o mesmo território, além de outros aspectos que contribuem para nossa identidade, como diversidade cultural e a multietnia.
LUCKY
Um homem solitário e ranzinza confronta a chegada da morte. Com quase 90 anos, ele segue uma rotina espartana: faz alguns exercícios de ioga pela manhã, depois pega o chapéu e caminha através de uma paisagem árida de cactos numa cidadezinha no meio do nada. Trava conversas aleatórias sobre religião, filosofia, moral, game shows da TV, saúde e a morte numa cafeteria e num bar. Enquanto fuma muitos, muito cigarros.
UM TRIBUNAL PARA JOANA D'ARC
Desde o século XV, Joana D'Arc tem sido uma das mulheres mais importantes da História. Não existe, em toda a Idade Média, alguém não pertencente à nobreza cuja vida tenha sido tão bem documentada. Cientistas e artistas tentaram decifrar o enigma no qual ela se transformou: santa, herética, guerreira, feminista, homossexual, esquizofrênica, médium, virgem, prostituta, mártir, vitoriosa, injustiçada, feiticeira. São controversos os adjetivos vinculados à jovem camponesa cuja interferência na história da França foi tão rápida e decisiva: libertar o cerco de Orléans do jugo dos ingleses, coroar o Delfim Carlos VII como legítimo rei da França, restituir a confiança de uma nação, e logo depois de ser traída, vendida e queimada na fogueira em 1431, após um julgamento polêmico e, provavelmente, fraudulento.
METROPIA
Em um futuro não muito distante a Europa foi interligada por uma massiva rede de metro, o Estado sumiu e foi substituído por uma gigantesca corporação após o crash financeiro e a crise energética e climática. Enquanto isso, as pessoas isoladas nas suas casas se divertem vendo um game show televisivo com refugiados que disputam visto para legalizarem a situação na Europa. Quem perde é ejetado para o mar. Parece com algo familiar?
THE HANDMAID'S TALE
“A mulher? É muito simples, dizendo os amadores de formas simples; é uma matriz, um ovário; é uma fêmea, e esta palavra basta para defini-la.” É com esta frase que Simone de Beauvoir abre o primeiro capítulo de O segundo sexo. Para discutir a posição da mulher no mundo, é necessário pensar o lugar que seu corpo ocupa no mundo, ou seja, pensar quais experiências lhe são permitidas e negadas a partir da diferença sexual e quais significados essas diferenças assumem. Não vivemos tão somente enquanto corpos-objetos descritos pelos cientistas, mas enquanto corpos submetidos aos processos de subjetivação e às relações de poder vigentes.
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