O fenômeno moderno da violência, entre as explosões contraditórias das ruas e a opressão silenciosa de nosso sistema político e econômico O desenvolvimento do capitalismo e da própria civilização causa mais violência do que é capaz de prevenir?
Num cenário de manifestações de rua cada vez mais sangrentas, a Boitempo publica o explosivo Violência, de Slavoj Žizžek. Neste apaixonante apelo à consciência, as sociedades em que vivemos são viradas de cabeça para baixo, em uma análise que articula conhecimentos dos múltiplos campos da história, da psicanálise, da filosofia, da sociologia e das artes, dissecando a violência inerente à globalização, ao capitalismo, ao fundamentalismo e à própria linguagem. Para Žizžek, é preciso perceber os contornos dos cenários que engendram tais explosões. “Os sinais mais evidentes de violência que nos vêm à mente são atos de crime e terror, confrontos civis, conflitos internacionais. Mas devemos aprender a dar um passo para trás, a desembaraçar-nos do engodo fascinante dessa violência ‘subjetiva’ diretamente visível, exercida por um agente claramente identificável”, provoca. Nesse sentido, em vez de confrontar diretamente a violência, este livro propõe seis visões laterais sobre ela. Há razões, segundo Žizžek, para abordá-la assim obliquamente: “a alta potência do horror diante dos atos violentos e a empatia com as vítimas funcionam inexoravelmente como um engodo que nos impede de pensar”.
Autor
Slavoj Žižek nasceu em 1949 na cidade de Liubliana, Eslovênia. É filósofo, psicanalista e um dos principais teóricos contemporâneos. Transita por diversas áreas do conhecimento e, sob influência principalmente de Karl Marx e Jacques Lacan, efetua uma inovadora crítica cultural e política da pós-modernidade. Professor da European Graduate School e do Instituto de Sociologia da Universidade de Liubliana, Žižek preside a Society for Theoretical Psychoanalysis, de Liubliana, e é diretor internacional do Instituto de Humanidades da Universidade Birkbeck de Londres.