Navegando entre a literatura fantástica e a ficção especulativa Mustafá Ali Kanso, nesse seu novo livro “A Cor da Tempestade” premia o leitor com contos vigorosos onde o elemento de suspense e os finais surpreendentes concorrem com a linguagem poética repleta de lirismo que, ao mesmo tempo que encanta, comove.
Incluindo os premiados “Propriedade Intelectual” e “Singularis Verita” e ainda contos inéditos, tais como “A Dinâmica Arca de Noé”, essa coletânea carrega algo de inquietante. Busca no elemento fantástico um pretexto para discorrer sobre os grandes interrogantes que acompanham a evolução da humanidade. O que há de verdadeiramente humano em cada um de nós? Qual é o maior atributo do amor? Por que as convicções são as inimigas mais perigosas da Verdade? E qual é o grau da Verdade que cada um pode suportar?
Mais que questionamentos nietzschianos daquele que caminha à beira do abismo, contemplando-o, “A Cor da Tempestade”, de uma maneira refinada e elegante e, muitas vezes divertida, nos oferece uma anatomia de nossos maiores preconceitos, de nossos maiores temores e também – por que não dizer – de nossas maiores conquistas.
Por: Marcelo Ribeiro