Em 1927, um austríaco chamado Fritz Lang propunha uma realidade urbana caótica para o ano 2026, com uma cidade estratificada em que se pode reconhecer diferentes níveis sociais, cada um representado por uma determinada arquitetura. Os elementos arquitetônicos utilizados no filme reforçam a ideia do diretor, através de uma linguagem formal que os supre (não substitui) a falta do som para a época.
Metrópolis é um filme alemão de ficção científica produzido em 1927, realizado pelo cineasta austríaco Fritz Lang. Ele foi, à época, a mais cara produção até então filmada na Europa, e é considerado por especialistas um dos grandes expoentes do expressionismo alemão. Lang escreveu também o roteiro, em parceria com Thea von Harbou, com base em romance da última.
O enredo é ambientado no século XXI, numa grande cidade governada autocraticamente por um poderoso empresário. Os seus colaboradores constituem a classe privilegiada, vivendo em um jardim idílico, como Freder, único herdeiro do dirigente de Metropolis. Os trabalhadores, ao contrário, são escravizados pelas máquinas, e condenados a viver e trabalhar em galerias no subsolo.
Em meio à miséria dos operários, uma jovem, Maria, se destaca, exortando os trabalhadores a se organizarem para reivindicar seus direitos através de um escolhido que virá para os representar.
Através de cenas de forte expressão visual, com o recurso a efeitos especiais, algumas se tornaram clássicas, como a panorâmica da cidade com os seus veículos voadores e passagens suspensas.
Alusões bíblicas, mistério, ação e romance, completam o leque que envolve o público e o mantém em suspense até ao final. A obra demonstra uma preocupação crítica com a mecanização da vida industrial nos grandes centros urbanos, questionando a importância do sentimento humano, perdido no processo. Como pano de fundo, a valorização da cultura, expressa no filme através da tecnologia e, principalmente, da arquitetura.