FRANKENSTEIN


"Como eu, então uma jovem, pude conceber e desenvolver uma ideia tão medonha?, pergunta-se Mary Shelley no prefácio de sua obra mais emblemática e influente. Sedutor e aterrorizante, o mito de Frankenstein espelhará as próprias contradições da civilização moderna. Invocado à definição genérica de fenômenos tão distintos quanto manipulações plásticas do corpo humano e as transgenias  animal e alimentar, a narrativa de Victor Frankenstein traz uma incômoda reflexão sobre o lugar a um só tempo redentor e catastrófico da razão em um mundo em que os homens assumiram o controle do que a tradição entendia como terreno exclusivo da criação divina. 
Se o sonho da razão continua a produzir monstros, nada mais justo que investigá-los em sua mais célebre e duradoura manifestação literária.
Esta nova tradução, elaborada com base na terceira e última edição de 1831, revista pela autora, recupera fielmente o brilho da prosa shelleyana, que o público brasileiro conhece amiúde  apenas a partir de reduções e adaptações. A tradução é precedida de uma esclarecedora introdução e um apêndice não menos curioso: o prefácio de Mary Shelley à primeira edição e uma carta da escritora acompanhados de uma resenha e um poema assinados por Percy Shelley, seu companheiro. Além disso, esta edição foi especialmente ilustrada com gravuras do artista Ulysses Bôscolo.

Autora


Mary Wollstone Godwin nasceu em 30 de agosto de 1797 em Londres, Inglaterra. Segunda filha de Mary Wollstonecraft, feminista e autora de “A Vindication of the Rights of Women (1792)” e Willian Godwin, pai da anarquia filosófica e autor de An Inquiry Concerning Political Justice (1793). A mãe de Mary faleceu pouco depois de seu nascimento.
Embora tivesse conflitos com seu pai e sua madastra com a qual ele se casara, Mary foi educada em casa por tutores aonde estudou os livros de seus pais, além de literatura e poesia, francês, latim e italiano. Ela também leu as obras de diversas figuras literárias com as quais seus pais se associaram, como William Blake, Samuel Taylor Coleridge e Charles Lamb.
Mary encontrou seu futuro marido Percy Bysshe Shelley em torno de dezesseis anos, quando ele aproximou-se de seu pai por apreciar sua filosofia ateísta que ele logo adotou. Percy passava longo tempo na casa dos Godwin e a despeito da proibição de Mary vê-lo, eles fugiram para a França em 1814 juntamente com sua meia-irmã Claire em uma jornada pela Europa que durou seis semanas e que foi posteriormente escrita em um livro. Porém a filosofia de amor livre de seu pai não se aplicava a ela e ela foi deserdada até casar-se o que ocorreu em 1816.
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